Sinopse
A escrita vem sendo uma companheira leal nas releituras da minha jornada. Ainda que tenha dado algumas pausas nos meus textos, eles sempre estiveram comigo. Dito isto, posso me autodeclarar escritora.
Mas escritora sem livro não existe… Escrever um livro é uma grande responsabilidade! Grande demais para o senso crítico de quem, ao escrever, não relê. Estou no meio da vida do “ciclo normal” da antroposofia. Tenho 42 anos completos, ou seis ciclos de sete anos (os tais setênios). Talvez tenha chegado a hora. Porque se não for agora, não sei se devo esperar até os 54. Doze anos é uma vida!
Foi por isto que decidi fazer este livro. Um livro de costuras. Não vou ensinar técnicas de fazer roupas, mas compartilhar, aos poucos, como fui juntando os pedaços da minha alma ao longo, principalmente, dos últimos anos. Faz pouco menos de uma década que me dedico a escrever com mais disciplina, não porque me era esperado, mas porque precisava fazê-lo para conseguir respirar. Não sou eu que escrevo. São os textos que me tomam. Se eu não lhes der vida, nem sei. Escrevo, publico e, umas horas ou dias depois, espio, curiosa, o que eu mesma quis dizer. Nestes últimos anos, passei por experiências
incríveis, amorosas, dolorosas e, com elas, cresci. Me tornei costureira. Costureira de relações, como estou me apresentando, aos poucos, no mundo de negócios (para alguns, sigo dizendo que sou consultora, palestrante, porque são palavras que “ornam” mais com o meio corporativo) e costureira de mim mesma.
Faz tempo que ensaio colocar esta colcha para fora. Não achava o fio. Aí eu entendi que não precisava de um fio, mas de uma meada, uma rede meio assim sem ponta e que vai sendo desvelada à medida que minha coragem chegue e eu consiga organizar as ideias que há tempos me acompanham. Para quem é este livro? Para mim (para que minhas ideias tomem forma, se reencontrem, se acalmem), para homens, mulheres, executivos, donos de casa, empresárias, cuidadoras, curiosos, desbravadores (de si e de possibilidades na vida), engenheiros (tenho muitos clientes e amigos engenheiros, digo que eles me perseguem e têm, no fundo, corações enormes) e, principalmente, para pessoas donas de si.
Não sei em que prateleira de uma biblioteca ele vai caber, nem se estará noutra biblioteca, que não na minha. Talvez seja um livro “sem cabimento” neste mundo que, hoje, mal cabe em si. Não chega a ser ficção, mas também não tem grandes obrigações de ser literalmente “real”. É apenas uma conversa minha com meus botões, um dedo de prosa, um jeito de voltar a sentir, aos goles, momentos vividos. Prefiro dizer que escrevo para seres humanos, no sentido plural, mas também no sentido do verbo: ser humano. Se este livro chegou a ti, espero, deve ter um fio que nos une nesta vida. Que ele te apresente possibilidades, que te amplie ou, na pior das hipóteses, que ao menos faça com que as horas que passes com ele sejam uma boa companhia. Leia sem ordem, sem hora, sem nenhuma obrigação, que não a de ser algo leve e bom.
Boa costura. É bem bom te ter nesta história.
Sobre a Autora
Andréa Fortes é a filha do meio de uma família gaúcha. É também mãe da Carolina. Comunicadora de formação e "costureira" por vocação (de teorias, práticas, biografias, relações, possibilidades), é mestre em gestão empresarial, empresária, escritora, consultora, palestrante, mediadora de grupos e facilitadora com formação em teoria integral.
Mistura tramas que vão do design às constelações sistêmicas, passando por antroposofia, The Artist’s Way (resgate do artista interno), Felicidade Interna Bruta (FIB), entre outros. É sócia-diretora da Sarau, que fundou com seu sócio na ida para São Paulo, em 2007, depois de uma jornada também como empresária no Rio Grande do Sul. Mistura pragmatismo e ciências holísticas em suas viagens, literárias e reais, que lhe dão cada vez mais a sensação de que muita coisa se resume à construção de histórias. São as histórias das pessoas, dentro e fora das organizações, e suas costuras, que a atraem.