Sinopse
O que modela com eficácia nossa vida pública e nossa sociedade em geral é a subserviência com que tratamos a ciência, a tecnologia e o crescimento econômico. Na maior parte do tempo o cristianismo fica de lado e, simplesmente, observa. Esse é o desapontamento dos autores. O desejo intenso deles é que haja mudança – porque o cristianismo pode receber uma inclusão social e cultural. Pois nisso eles veem a vida, o direcionamento e a esperança que nossa sociedade tanto precisa.
Walsh e Middleton questionam por que o cristianismo norte-americano permanece tão separado da sociedade. A resposta deles é mais ou menos esta: Se buscarmos em qualquer sociedade por sua formação básica, descobrimos que ela é formada pela cosmovisão daqueles que a compõem. Isso é o que molda sua existência. A cosmovisão de um povo é sua maneira de pensar a respeito da vida e do mundo, associada aos valores que estabelecem para si mesmo dentro do contexto daquela maneira de pensar. Os japoneses têm uma cosmovisão que molda sua vida em um conjunto; os índios canadenses dene têm uma cosmovisão, a cultura da maioria, na América do Norte, existe uma, e assim por diante.
Existe também uma cosmovisão cristã, que na verdade não está claramente incorporada em alguma sociedade existente, mas está expressa nas Escrituras. Para adotar o cristianismo com autenticidade é preciso ser uma pessoa de fé que aceita aquela cosmovisão bíblica. Walsh e Middleton dão uma declaração renovada do que é essa cosmovisão bíblica. Eles desejam, especialmente, enfatizar que um escrutínio preciso dessa cosmovisão deixa clara sua extensão. Essa é uma cosmovisão para moldar a vida como um todo e não apenas alguns ângulos religiosos ou espirituais ou sagrados da vida.
Então, por que ela não funciona realmente assim? Por que a cosmovisão cristã permanece tão excluída da sociedade apesar de tantos nela se considerarem cristãos? A resposta que Walsh e Middleton desenvolvem é que os cristãos, em geral, falham em perceber o alcance radical da cosmovisão bíblica. Eles consideram que seu impacto formativo não alcança além de um ângulo religioso da vida. "Vejam, está aqui, mas não existe"; é como eles pensam. Eles não percebem o desejo ardente de Deus pela expressão de fé no Estado ou sociedade caracterizada pelo senso co-mum – polis. Consequentemente, outras cosmovisões e outras crenças concorrentes modelam sua vida pública. Resumindo, os cristãos são dualistas.
Então este livro é um chamado veemente aos cristãos para ter um só coração e uma só mente e reconhecer que Cristo é Senhor na vida como um todo. Leia-o como uma análise perturbadora sobre o que impede tal simplicidade de coração e mente. Leia-o, também, como uma receita provocativa para vencer os obstáculos e recuperar a atitude de servir apenas um Mestre. (Da Apresentação)