Podcast Rio Bravo

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Mac Margolis, jornalista e colunista da Bloomberg. Um dos tópicos norteadores desta entrevista foi a percepção da imprensa sobre as eleições no Brasil em 2018. Margolis não fala em nome de toda a mídia, mas é com a experiência de correspondente internacional no país que ele destaca como o olhar estrangeiro pode deixar de capturar detalhes importantes da política nacional. “Nesta última eleição, houve nuances que escaparam da minha apreciação – assim como da apreciação de muitos dos meus pares. Tendíamos a levar ao valor de face muitas declarações dos candidatos sem olhar as entranhas das campanhas e das biografias, a começar pelo vencedor, Jair Bolsonaro.” Em outro momento da conversa, Mac Margolis ressalta como a imagem do Brasil no exterior foi em parte idealizada pela imprensa internacional durante o governo Lula. “Nos anos 2000, a gente se empolgou demais – e eu me incluo nisso – com a ascensão do país. Se há uma lição nisso, é a seguinte: o cenário real

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com José Eduardo Faria, professor de direito na Fundação Getúlio Vargas e na Universidade de São Paulo. Na entrevista, tomando como referência os 30 anos da Constituição Federal, Faria comenta as mudanças no poder judiciário nos últimos tempos. Nesse sentido, ao analisar a expressão “ativismo judicial”, o entrevistado observa o seguinte: “Nenhum juiz pode deixar de dar as respostas às consultas. Quando as pessoas falam em protagonismo judicial, muitas vezes os juízes não estão interferindo espontaneamente na vida política; antes, eles são provocados”. Em outro momento da entrevista, José Eduardo Faria fala sobre a decisão de Sérgio Moro ter aceitado o convite para assumir a pasta do ministério da Justiça no governo Jair Bolsonaro: “Diante da sinalização que Sérgio Moro fez, aumentou ainda mais o nível de desconfiança com relação ao funcionamento das instituições e abre caminho para tensões que, tranquilamente, poderiam ter sido evitadas”. Entrevista gravada e

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Clóvis Carvalho, que foi ministro-chefe da Casa Civil no primeiro mandato da administração Fernando Henrique Cardoso. Num momento em que a sociedade brasileira assiste com alguma expectativa o processo de transição política do governo que acaba de ser eleito, Carvalho recupera sua experiência como coordenador da equipe econômica do Plano Real e como ministro-chefe da Casa Civil para realçar a importância do consenso para o bom fluxo da administração pública. Pragmático, Clóvis Carvalho não vê bons sinais no que chama de “bateção de cabeça” da equipe que está à frente da transição do governo Bolsonaro e chama a atenção para a necessidade de se pautar por objetivos que possam ser facilmente identificados: “O êxito que eu considero da gestão FHC vem muito da clareza de rumo a ser seguido.” Entrevista gravada em 9 de novembro de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com o cientista político Fernando Bizzarro, pesquisador do Departamento de Governo da Universidade de Harvard. Ao longo do processo eleitoral, um levantamento do Datafolha chamou a atenção da opinião pública ao apontar que, para 69% dos entrevistados, a democracia é a melhor forma de governo. Será que isso é o bastante para garantir a manutenção das instituições democráticas? Para o cientista político entrevistado pelo Podcast Rio Bravo, a resposta é não. “Existe uma aceitação difusa do regime. Com isso, as pessoas vão defender um princípio de democracia que pode ser muito diferente daquele que os outros que compartilham a mesma resposta para essa pergunta estão apoiando”. Fernando Bizzarro prossegue: “quanto maior a polarização, mais provável é que as pessoas perdoem o político que lhes é próximo pela violação da democracia”. Entrevista gravada em 30 de outubro de 2018.

Podcast 512 – Fernando Gabeira – Para entender as eleições de 2018 by Rio Bravo

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com o cientista político Bruno Garschagen, autor do livro “Direitos máximos, deveres mínimos”, recém-lançado pela editora Record. Na entrevista, Garschagen fala a respeito da confusão existente entre direitos e privilégios, tema central do livro que acaba de publicar. Para o cientista político, desde a Constituição de 1988, “existe uma dinâmica que se expressa na ideia de que a sociedade brasileira tem direitos e não busca esses direitos”. Ao mesmo tempo, a noção de deveres, obrigações e de assumir responsabilidades “ficou de fora do debate público”, comenta. Bruno Garschagen ressalta, ainda, as consequências dessa conjuntura para o ambiente político e para a segurança jurídica no país. Entrevista gravada em 12 de outubro de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Luciana Guimarães, Superintendente da Fundação Bienal. Há 10 anos, a Bienal de arte de São Paulo enfrentava uma das mais graves crises de sua história. Foi na chamada “Bienal do vazio” que o impasse do evento chegou ao seu limite, provocando uma séria reflexão sobre os propósitos da mostra. De lá para cá, entretanto, muita coisa mudou. E na edição deste ano, cujo título é Afinidades Afetivas, para além de contemplar a produção contemporânea, a exposição também permite uma reflexão sobre o momento atual (contando, ainda, com um orçamento de 26 milhões de reais, um milhão a mais do que em 2016). Nas palavras de Luciana Guimarães: “Num momento em que parece tão difícil a convivência com a opinião do outro, eu entendo que falar de afeto é algo bastante político e muito pertinente ao nosso tempo”. Entrevista gravada em 2 de outubro de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com o publisher Paul Rossi, cuja trajetória profissional se confunde com a história recente da revista The Economist: Rossi foi o presidente do grupo que edita a publicação até o primeiro semestre deste ano. Na entrevista, para além falar sobre sua experiência à frente da revista, Rossi destaca a importância do conteúdo para as empresas de mídia – tanto aquelas que lidam com informação como para as que estão no ramo de publicidade. Num momento em que o jornalismo profissional parece em xeque, com a ascensão das fake news e a falta de um modelo de negócio sustentável para as publicações online, Paul Rossi ressalta: “só o jornalismo pode salvar o jornalismo”. Entrevista em inglês. Gravado em 2 de outubro de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com o economista Roberto Luis Troster. Em pauta, uma análise da crise econômica na Argentina, que, nos últimos meses, se agravou fortemente. Na avaliação do entrevistado, o atual contexto econômico argentino tem, sim, a ver com o passivo deixado pela administração de Cristina Kirchner, mas também está relacionado ao fato de que o governo Macri optou pelo gradualismo ao implementar os ajustes necessários no início de sua gestão. “Maquiavel já dizia: faça o mal de uma vez e o bem aos poucos. Esse foi o pecado original de Macri, que foi corrigido rapidamente”. Nesse sentido, em que pese o fato de a Argentina ter buscado socorro junto ao FMI, Roberto Luis Troster observa que o presidente da Argentina deverá agora buscar o apoio da população, uma vez que o mercado tem reagido bem às saídas encontradas por sua administração. “Macri ganhou a batalha com os mercados, mas tem de ganhar a batalha com a população”. Entrevista gravada em 25 de setembro de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Celso Lafer, ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso (2001-2002) e professor livre docente da Universidade de São Paulo. Na entrevista, Lafer, um dos principais estudiosos da obra da filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975) no Brasil, resgata o pensamento da autora numa perspectiva bastante particular, afinal, ele foi aluno de Arendt quando fez mestrado e doutorado nos Estados Unidos (Cornell University) na década de 1960. Ao falar daquele período, o entrevistado observa algumas características da trajetória de Hannah Arendt: “os conceitos e as categorias que ela criou continuam sendo relevantes para entender o século XXI”. Recentemente, Celso Lafer lançou uma versão atualizada de “Hannah Arendt: pensamento, persuasão e poder” (Editora Paz e Terra), uma coletânea de ensaios a propósito da vida e da trajetória intelectual de Hannah Arendt.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com o cientista político Rogério Schmitt. Na entrevista, Schmitt fala sobre conjuntura política e análise eleitoral. No momento em que o Brasil assiste à corrida presidencial mais disputada da sua história recente, o cientista político destaca que as pesquisas não podem ser tomadas como referência definitiva para antecipar o que vai acontecer ao final das eleições. “A história eleitoral e a conjuntura de cada eleição nos ensinam a não-absolutizar os resultados das pesquisas”. Nesse sentido, além das pesquisas de intenção de voto, Rogério Schmitt apresenta outros três fatores necessários para a construção de cenários eleitorais, a saber: o retrospecto das eleições anteriores, os recursos de campanha de cada candidato e a história eleitoral mais recente do país.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com o escritor e historiador Jorge Caldeira, autor, entre outros, do livro “A História da Riqueza no Brasil”, publicado em 2017 pela editora Sextante. Na entrevista, Caldeira fala sobre o processo de escrita do livro, além de comentar alguns dos momentos decisivos do desenvolvimento econômico do país. O autor observa, por exemplo, que, mesmo sem a presença do governo central, a atividade econômica do país acontecia graças aos esforços dos brasileiros que aqui estavam. “A produção econômica, especialmente no passado, era feita por famílias isoladas, sem qualquer relação com o governo”, comenta o historiador. Já em outra passagem da entrevista, Jorge Caldeira diz: “Essas ideias não são ortodoxas e novos métodos estão permitindo mostrá-las para a história econômica do Brasil”. Entrevista gravada no dia 21 de agosto de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Francisco Gomes Neto, CEO da Marcopolo, empresa que está entre as maiores fabricantes de carrocerias no mundo. Na entrevista, além de destacar a estratégia da companhia nos últimos anos, o executivo fala a respeito dos desafios que a empresa enfrentou recentemente: da morte de seu fundador, Paulo Bellini (em julho de 2017), aos impactos da crise econômica no país. Ainda assim, a Marcopolo tem se mostrado resiliente e, de acordo com o CEO, até o momento, os números da performance de 2018 indicam que este é um ano de retomada de crescimento. “No primeiro semestre deste ano, a Marcopolo cresceu mais de 50%, superando nossas estimativas”, diz Francisco Gomes Neto, que acrescenta: “temos a expectativa de que, no ano que vem, esse ritmo de crescimento seja mantido”. Entrevista gravada no dia 23 de agosto de 2018.

Podcast 503 - Laércio Cosentino – A TOTVS e a era da transformação digital by Rio Bravo

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Frederico Lohmann, superintendente da Sociedade Cultura Artística, que, fundada em 1912, é a instituição cultural privada mais antiga na América Latina. Na entrevista, Lohmann comenta o processo de reconstrução do Teatro Cultura Artística, que, há dez anos, teve sua estrutura destruída após um incêndio. O executivo fala sobre os muitos esforços que têm sido empregados para oferecer à cidade um equipamento cultural não somente alinhado à identidade do projeto original, mas, principalmente, que se destaque pelo novo perfil de espetáculo que a casa pretende proporcionar ao seu público. Nas palavras de Lohmann: “São Paulo hoje tem inúmeras manifestações culturais. Nesse sentido, repensar esse prédio do Cultura Artística é também reavaliar qual é o papel da instituição 100 anos depois de sua fundação”.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Bibop Gresta, chairman e co-fundador da Hyperloop Transportation Technologies. Fundada em 2013, a HyperloopTT tem provocado interesse crescente junto ao ambiente de negócios não apenas porque está na vanguarda de iniciativas disruptivas, mas também porque a empresa se propõe a forjar o futuro da mobilidade em escala global – transportando cargas e pessoas em alta velocidade, fundamentado em tecnologia de alto nível e em fontes alternativas de energia para garantir sustentabilidade e baixo custo. Na conversa, além de falar sobre a proposta da companhia e de resgatar as origens do problema da mobilidade, Gresta expõe detalhadamente a complexidade que está no cerne do projeto: “atualmente, nós temos mais 900 pessoas em 42 países trabalhando de forma revolucionária. As melhores mentes do planeta se uniram à nossa equipe para resolver um dos maiores desafios, que é o transporte”. Bibop Gresta comenta, ainda, o acordo que a Hyperloop Transportation Technologies fir

Na semana em que chega à marca histórica de 500 episódios, o Podcast Rio Bravo traz a entrevista com o empresário Jorge Paulo Lemann. É um nome que dispensa apresentações, não só porque é um dos homens de negócio mais bem-sucedidos do mundo, como também porque tem deixado sua marca na defesa incessante da meritocracia e dos investimentos a longo prazo. Na conversa, Lemann destaca as características do método 3G e ressalta, ainda, a importância dos erros que cometeu ao longo de sua trajetória. “Acho que não é só na escola que se aprende, a gente aprende bastante com os erros, também”. Ao falar sobre os desafios que o Brasil tem pela frente, o empresário se mostra otimista, apesar de apontar algumas carências: “Está faltando colocar mais ordem nas coisas; ter melhor governança. Acho que o setor público poderia ser muito mais eficiente do que é.” Mais ao fim da entrevista, Jorge Paulo Lemann fala sobre a importância dos investimentos em educação: “Os países mais bem-sucedidos são aqueles que têm as pessoas mais

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Maurício Moura, economista e fundador do instituto de pesquisa Ideia Big Data. Na entrevista, além de destacar as características da metodologia do Ideia Big Data, Moura comenta o cenário eleitoral de 2018 no Brasil. Para o entrevistado, atualmente, o processo de formação de opinião pública obedece a uma dinâmica muito mais intensa graças às novas tecnologias de informação. “Tem um lado bom nisso, porque as pessoas têm acesso à informação de maneira mais efetiva e escalável. Mas tem um lado ruim, pois assim é muito mais fácil propagar fake news num curto espaço de tempo”. O economista alerta, nesse sentido, para o perigo da formação das bolhas: “Os algoritmos ligados às plataformas de redes sociais acabam fazendo com que as pessoas de mesma opinião dialoguem apenas entre si”. Levando em consideração todos esses pontos, e tomando como base as eleições na Colômbia e no México no primeiro semestre de 2018, Maurício Moura assinala a importância de dois temas que

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Paulo Kuczynski, marchand e responsável pelo Escritório de Arte. Localizado em São Paulo, o Escritório de Arte se propõe, de um lado, a trabalhar com artistas brasileiros modernistas, concretistas e neoconcretistas; e, de outro, a oferecer obras significativas das melhores fases de cada um desses artistas. Além de resgatar sua trajetória como marchand, Paulo Kuczynski fala ao Podcast Rio Bravo sobre a importância da obra de arte na vida contemporânea e, mais especificamente, para os investimentos. Nas palavras do marchand: “as obras-primas não sofrem. Uma obra mediana só pode ser vendida em momentos de euforia. Agora, se o colecionador tiver uma obra que é objeto de desejo de todo mundo, o interesse permanece”. Entrevista gravada em 26 de junho de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Jaime Spitzcovsky, jornalista e integrante do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional (Gacint) da USP. Na entrevista, Spitzcovsky comenta a atuação de Donald Trump no plano da política internacional. “Sem dúvida alguma, Donald Trump coloca em xeque uma posição de liderança dos Estados Unidos assumida ao longo das décadas pós-Segunda Guerra Mundial. Um pilar importante da agenda do presidente norte-americano é a questão do America First, ou seja, priorizar temas domésticos em detrimento de envolvimento internacional”. O entrevistado observa, no entanto, que determinados organismos vinculados ao processo histórico da globalização também merecem críticas. “Algumas instituições multilaterais têm ficado aquém das nossas expectativas do ponto de vista de seu funcionamento, como a Unesco e até mesmo a OMC”. Entrevista gravada em 29 de junho de 2018.